Como tudo na vida, o espaço onde ouvimos música está sujeito a compromissos. Se até aqueles que têm uma sala exclusivamente dedicada à audição de música encontram condicionantes, o que dizer de todos nós que temos que encontrar forma de “encaixar” aparelhos e, sobretudo, colunas numa sala partilhada com os outros habitantes da casa? Esta tarefa é desafiante, difícil e, muitas vezes, inglória.
Espaço disponível, tipo de revestimentos do solo e das paredes, área, pé direito são parâmetros físicos que determinam a acústica do espaço. Se a estes acrescentarmos outros de natureza distinta, como as limitações impostas pela decoração e a disposição do mobiliário na sala, que condiciona a colocação das colunas, o desafio é grande.
Nada substitui o tratamento acústico do espaço e uma boa colocação das colunas, com espaço em relação às paredes, mas, muitas vezes, não é possível alterar a disposição física do mobiliário da sala ou os revestimentos das paredes e tectos.
Ciente deste problema, a indústria do Hi-Fi começou a disponibilizar soluções de correcção digital das salas que permitem mitigar ou, pelo menos, atenuar o impacto negativo das condições acústicas e do compromisso com o posicionamento das colunas nas salas onde ouvimos música.
Estas soluções podem vir já integradas nos aparelhos, como colunas ativas, DACs ou sistemas “tudo em um”, ou ser disponibilizadas independentemente dos aparelhos. No primeiro caso, são soluções mais amigáveis de utilização mais fácil e intuitiva, ainda que estejam limitadas ao aparelho em que estão integradas. Já as soluções de correcção digital autónomas baseadas em software de equalização da resposta em frequência medida, implicam mais trabalho e algum conhecimento de sinais e sistemas, para se ter uma noção do que se está a fazer, mas são mais versáteis, mais baratas e permitem corrigir qualquer sistema de som, em qualquer sala e ir aperfeiçoando a resposta pretendida.
O resultado das correcção acústicas é normalmente revelador e muito positivo. Mesmo se achamos que está tudo bem, vale a pena experimentar. Normalmente, o som fica mais claro, menos “confuso”, com os graves mais definidos.
Antes de trocar de equipamentos, para tentar corrigir ressonâncias ou “um som que não satisfaz” é altamente recomendável experimentar corrigir acusticamente a sala. Idealmente, isto seria feito através de uma intervenção física. Não sendo possível, a correcção digital pode trazer evidentes benefícios, melhorando o som que o nosso sistema produz, o que é, no fundo, o que todos nós pretendemos.
Autor: O nosso cliente e amigo, Carlos Sousa.